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MOTOR ELETRICO VS COMBUSTÃO

É costume usar a informação da potência do motor a combustão para comparar desempenho entre motores e veículos. Porém, esta comparação não é representativa se for feita entre um motor elétrico e outro a combustão. O motivo é que a potência se calcula multiplicando o torque pela rotação e será necessário estar com alta rotação para conseguir potência alta. Já o torque indica a força do motor para empurrar o carro, que é o que o motorista perceve quando acelera.

As curvas da figura inferior permitem comparar a potência e torque do motor 1.4 da Fiat com as do motor elétrico de 40KW do kit. Pode se observar que o torque máximo do motor elétrico e muito superior ao do motor a combustão e começa desde zero rpm; isso faz com que a potência seja superior até a linha tracejada das 3000 rpm que é a faixa normal de utilização do motor por economia e ruido.

Pode se concluir que mesmo com menor potência, o motor elétrico é mais forte que o motor 1.4 a combustão no uso normal. E isso faz a diferença nas arrancadas, retomadas e subidas habituais no trânsito urbano que encara sem precisar trocar marchas.

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ENTENDENDO AS BATERIAS DE LITIO

As baterias de íon de lítio (Li-ion) tem evoluído muito nos últimos 10 anos, tanto em melhora de rendimento, densidade energética, vida útil e redução de custo. Porém persistem algumas crenças em relação com a insegurança e a durabilidade.

A primeira fomentada pelas notícias quando um veículo elétrico pega fogo. Coisa que não interessa quando acontece num carro a combustão sendo mais frequente. Para melhorar a segurança das baterias e imprescindível o uso de BMS; dispositivo que controla os parâmetros da bateria durante a carga e descarga e desliga em caso de perigo.

As baterias LFP, recomendadas nos kits de conversão, são muito seguras. Não existe perigo de incêndio nem explosão. Em caso de falha elas incham e uma válvula libera os gases sem risco para a segurança.

Quanto a durabilidade das baterias dos carros elétricos existe a tendencia de comparar com as baterias dos celulares de forma muito desfavorável. A diferença do celular, não carregamos o carro todos os dias da mesma forma que não abastecemos no posto diariamente nosso carro a combustão. Então, se a especificação técnica de uma bateria de lítio indica 1000 ciclos de carga e descarga não é certo considerar 1000 dias de vida da bateria, que resultaria menos de 3 anos.

A maior capacidade da bateria mais tempo demora entre recargas e mais dias (ou melhor anos) dura a bateria. Eu indico fazer uma conta simples: Se a bateria do carro oferece uma autonomia de 200km (que para uso urbano e suficiente) considerando uma vida útil mínima de 1000 ciclos, ela vai durar 200.000km.

Mas o que é vida útil? Por especificação, a vida útil se define como o número de ciclos completos de carga-descarga que uma bateria suporta mantendo 80% da capacidade original. Porém, em condições de uso normais menos severas a vida útil pode duplicar, como mostra a gráfica a seguir.

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As baterias LFP, recomendadas nos kits de conversão, tem mais de 3000 ciclos de vida. Usando entre 100% e 25% a vida definida por especificação é de 3500 ciclos mantendo 80% de capacidade. Já não deixando descarregar abaixo de 50% a vida aumenta até 5500 ciclos. Porém, melhora ainda mais mantendo a bateria entre 85% e 25% (linha verde) que com maior aproveitamento da bateria aumenta a vida acima de 7000 ciclos.

Assim, no caso do exemplo, depois da vida útil a autonomia do carro que inicialmente era 200 km, depois de pelo menos 3500 ciclos (10 anos carregando a diário) caiu para 160 km, que provavelmente vai continuar atendendo o usuário sem precisar trocar. Nesse tempo, se o carro rodou 120 km por dia (60% da autonomia) em 10 anos vai completar mais de 500.000 km.

 

Para aprofundar no assunto recomendo consultar o site:
https://batteryuniversity.com/article/bu-808-how-to-prolong-lithium-based-batteries

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